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Filha da Liberdade

Quem é que não se recorda da mítica pergunta do jornalista, escritor e romancista Batista-Bastos: "Onde estavas no 25 de Abril?”


Sou filha da liberdade! mas tanto no 25 de abril de 1974 como no deste ano estou confinada.

Se no ano da revolução dos cravos o confinamento foi na barriga da minha Mãe, à espera de um maio quente para nascer, no presente ano é um confinamento bastante diferente, mas igualmente necessário já que ambos são sinónimo de proteção.

Em abril de 74 um grupo de heróis na linha da frente, as Forças Armadas, deitou abaixo regime ditatorial conduzido pelo partido que se aclamava "União Nacional".

Nunca a expressividade união nacional se revelou de tão fulcral importância numa época de pandemia. Só unidos somos mais fortes e capazes de resistir a um hostil silencioso que nos rouba a paz e aumenta os nossos medos. Em 2020 os heróis da linha da frente são outros, mas igualmente destemidos.

Mas apesar de todas as dificuldades de um confinamento eu serei sempre da geração da liberdade e da democracia, e não das gerações que viveram o mito "Orgulhosamente Sós". Agora, mais do que nunca alguns países não podem e nem devem querer estar sós.


O isolamento e a distância social são imperativos deste tempo, mas temos de continuar a acreditar que os valores, os ideais de coesão e crescimento que deram origem à comunidade europeia, e fortalecem a nossa europa, estão mais vivos que nunca.


Em época de confinamento lembremos que a liberdade é um bem precioso e que a democracia em caso algum deve ser interrompida.


Se perguntassemos à “Liberdade” onde estava no 25 de abril de 74, ela nos dirá que nos corações de um povo resiliente que se transcende em épocas de difícil conjuntura como a que vivemos em 2020.

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